NÊGO-NENÊ
De novo se foi, ninguém viu
Cadê aquele nêgo
Todo chamego, dengoso e charmoso
De ginga malandra, sorriso maroto
Que solta gracejos para as moças que passam
Dizendo àquelas de ancas roliças
Minha dona, minha deusa, só penso em ti
E elas sorriem matreiras e felizes
Deixando o nêgo com água na boca
Não sabem, porém
Que o coração do tal nêgo não fixa morada
É de todas do mundo, assim que é feliz
Fiel só à mãe, que lhe chama nenê
Nenê da mamãe, ninguém tira não
E quem quiser procurar não vai se enganar
Lá está ele na casa da mãe
Por isso que às vezes desaparece na noite
Tal qual a fumaça que no vento se esvai
No aconchego da mãe, é apenas um nêgo-nenê!