NÊGO-NENÊ

De novo se foi, ninguém viu

Cadê aquele nêgo

Todo chamego, dengoso e charmoso

De ginga malandra, sorriso maroto

Que solta gracejos para as moças que passam

Dizendo àquelas de ancas roliças

Minha dona, minha deusa, só penso em ti

E elas sorriem matreiras e felizes

Deixando o nêgo com água na boca

Não sabem, porém

Que o coração do tal nêgo não fixa morada

É de todas do mundo, assim que é feliz

Fiel só à mãe, que lhe chama nenê

Nenê da mamãe, ninguém tira não

E quem quiser procurar não vai se enganar

Lá está ele na casa da mãe

Por isso que às vezes desaparece na noite

Tal qual a fumaça que no vento se esvai

No aconchego da mãe, é apenas um nêgo-nenê!

Nelly Jean
Enviado por Nelly Jean em 22/09/2011
Reeditado em 01/10/2011
Código do texto: T3234971