paraíso da incerteza
solas de sapato com seus furos de vidas
mares decifrando a geografia no chão
bocas mal amadas e depois ressequidas
chá com goiabada que enganou o cascão
alicerce imundo, mijo de crocodilo
não pesou um quilo o peido do pensador
gavião da mata argumentando com o esquilo
que a beligerância é o medo do opressor
a coruja teme a luz que estava acesa
traga pro cavalo a sua sopa de pão
no mar a baleia parece uma princesa
vi a menininha escorraçando o leão
era o paraíso onde morava a incerteza
e o meu juízo que ficou com o anão