Escárnio
Dar-vos-ia a exegese de minha loucura
Se essa vos fosse compreensível
Dir-vos-ei então: “Lamento, não há cura”
Para vossa ilação exaurível
Dai-me concretas razões
Para tais insofismáveis ações
Por que me iliçar na eufonia
Se sou insigne para a ousadia?
Forjar-vos-ia uma boa vida
Não espalharia este infame conhecimento
Se a inépcia é a vossa segura trilha
Iluminada pela hipocrisia do sacramento
Queimar-me-eis em vossa própria ignorância
Que vos fez cinzas há tempos
Congratular-vos-eis, ao menos
Para que eu possa escarnecer-vos a tempo.