A MALDIÇÃO DO FEIJÃO *
Enorme predileção
Tinha um cara por feijão
Porém, citado alimento
Não dava bom resultado
Fazia desse coitado
Um sujeito flatulento
Certa vez foi conhecida
A paixão de sua vida
Um namoro teve início
Envergonhado, o rapaz
Pra não emitir o 'gás'
Deu um basta no seu vício
Certa feita, já casado
Viu ele ser complicado
O retorno para casa
Seu carro quebrou na rua
Quanta aflição foi a sua
Naquele dia se atrasa
Fez logo uma ligação
Contando a situação
Pra sua esposa querida
Dizendo: "não fique em pânico
Vou aguardar o mecânico
Pra coisa ser resolvida"
Esperou lá, paciente
Notou que na sua frente
Existia um restaurante
Sentiu prazeroso aroma
Um grande impulso lhe toma
Era o feijão fascinante
Há tempos que não comia
A saborosa iguaria
Sucumbiu à tentação
Com três pratos satisfeito
Sentiu depois o efeito
Daquela fermentação
Não demorou forte ardência
Foram bufas em sequência
"Mas tenho tempo" imagina
"Os disparos vão cessar
Antes de em casa chegar"
Pensa, em meio à fedentina
Com o carro consertado
Segue, então, pro lar amado
Soltando muito rojão
Ao chegar, sua mulher
Sem lhe dizer o que quer
Aguardava no portão
Colocou nele uma venda
Disse: "meu amor, entenda
Hoje o jantar é surpresa"
Para dentro conduzido
Ficou sentado o marido
Na cabeceira da mesa
Enquanto os gases sufoca
Eis que o telefone toca
A mulher vai atender
Ele aproveita o ensejo
Começa a soltar, sem pejo
E os torpedos a feder
O ar foi contaminado
O silêncio ali quebrado
Que pesada artilharia!
E quando a mulher desliga
Ele esfrega sua barriga
Com semblante de alegria
Aliviou-se bastante
Chegava o fatal instante
Da surpresa ser mostrada
Que baita constragimento
Aconteceu no momento
Em que a venda é retirada
Estavam ali seus pais
Cunhados, sogros e mais
Os tios e "sobrinhada"
Não ficara solitário
Um "FELIZ ANIVERSÁRIO!"
Escutou, mas que cilada...
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* Adaptação da conhecida piada