E ASSIM VAMOS CANTANDO E RINDO...

E ASSIM VAMOS CANTANDO E RINDO…

(TRÁGICO-CÓMICO)

Andavam vozes no ar

Em surdina ou a cantar

Que mostravam desespero

Num país, que ao acordar,

Moribundo e a agonizar

Descobrira o vil segredo.

Mentia o seu Governo,

Desde o chefe ao subalterno,

Com ousadia sagaz:

“Portugueses nada temam,

Não mudamos, não alterno,

Não há melhor, aliás”.

“É mentira, é invenção,

Direi mesmo aberração!

Eles só querem o Poder.

Não pedimos um tostão,

Nem peço a demissão

Serei eu a resolver.”

E o País a cair

Com o sangue a esvair

Recupera a sensatez.

Desse coma quer sair,

Começa a reflectir

E vota mais uma vez…

Desses votos nasce a esperança

De ver ao longe a bonança

(Por agora é só aperto)

E com fé na “aliança”

Renasceu a confiança

De poder ficar liberto.

A dívida é de milhões

Mesmo sem mais adições,

(Que por vezes está oculta,)

Esperemos que estes “barões”

Tenham as afinações

P'ra amainar a catadupa.

Resta agora ao Zé-povinho

Engolir, mas de mansinho,

O espaço temporal.

Que não fique cansadinho,

Depois de tanto bailinho,

E não veja o arraial…

J D Lima Oliveira
Enviado por J D Lima Oliveira em 26/06/2011
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