O bolo da mamãe
Tive que comer o bolo da mamãe.
Bem quentinho, recheado com carinho, amor, afeto;
Não servido num barzinho onde o garçom, por certo,
Me traria geladinha uma louraça aberta.
Coca deixa porre?... Fanta, Sprite? NÂO!
Nem queria a loura... preta, ruiva; então,
Só precisava que a mamãe n empurrasse tão decidida, língua de sogra à mão,
Na minha boca já tão cheia de...
Todo salgadinho, arroz com galinha, brigadeiro, empada... – Ai, mãe. NÂO!!!
Bate logo o parabéns; todos comem e já se vão!
Na minha época era assim. Ainda é... NÃO?!
E a velhinha não apagava mesmo que eu implorasse. Babo tudo e apago nada. Não!
Chega a hora... A primeira fatia de
Bolo cuspido, eu nem ofereço. Vai que faz mal! Quase jogo no pisão.
-Vou dormir; quase meia noite. Mãããe?!
-Mas sua tia trouxe agora a prima, a bisa, a vó e o neto;
-Tudo gente da família,... do teu sangue. Crééédo!
Tando porre nem doía. Cadê o a álcool aberto?
Seja Anidro, etílico... Não importa, não.
Me embriago ou Suicido. Eutanásia então.