QUEM SE DEU BEM, SE DEU
26.08.2008.
Chega do murmúrio das poesias do amor distante
Do amor vacilo, do amor vacilante
Sou poeta do amor provado, vivido, rotulado
Chega do papo sacal, do amor impossível e banal
É banal deitar com musas, com idealização
Bom é o atrito dos corpos, o gozo, a explosão
Chega de tanto escrever e sonhar com A MULHER
Eu a tenho, ela me tem, nós nos temos e metemos
Metemos na gaveta nosso contrato na eternidade da vida passageira
Séculos de poesia sobre o mesmo assunto
Inauguro a poesia dos olhos que brilham por amar e ser amado
Quando se descobre que amor é suportar e ser suportado!
Minha voz repele tua fanha melancolia
Aliás, nem ouço mais teu tipo falido de poesia
Não respeito tua morbidez, que morra!
Não aceito tua languidez, que se ferre!
Não aguento tua lentidão, que corra!
Não suporto tua sofreguidão, que encerre!
Essa é a poesia dos poetas dos anos 2050
Do mundo high-tech das pastilhas, dos comprimidos e laser
Esse é o tipo de sentimentalismo insensível e cruel
Quem se deu bem se deu
Quem não se deu se fudeu e é só!