Alma de cafajeste

Ele gosta da loura, da negra e da morena.

Não dispensa a magra, a gorda, a alta ou a pequena.

Tem um veneno mal que aprisiona.

Elas se vão, mas a saudade sempre vem à tona.

Ninguém gosta de ninguém grudado

E, se grudam nele, passam mal bocado.

Sabem que ele não presta.

Isso na hora do preço pouco interessa.

Desde a infância, o malzinho chamava a atenção.

Com muito jeitinho, meio sonsinho, tinha já reputação.

Elas gostam de cartas e juras de amor do bonzinho,

Mas com ele que sonham o sono inteirinho.

Tem um quê que não conseguem definir.

Quanto mais nele, menos conseguem fugir.

Talvez seja um gostinho que reste

Ou mesmo a tal alma de cafajeste.

Paulo Fernando Pinheiro
Enviado por Paulo Fernando Pinheiro em 30/04/2011
Código do texto: T2940284
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