Alma de cafajeste
Ele gosta da loura, da negra e da morena.
Não dispensa a magra, a gorda, a alta ou a pequena.
Tem um veneno mal que aprisiona.
Elas se vão, mas a saudade sempre vem à tona.
Ninguém gosta de ninguém grudado
E, se grudam nele, passam mal bocado.
Sabem que ele não presta.
Isso na hora do preço pouco interessa.
Desde a infância, o malzinho chamava a atenção.
Com muito jeitinho, meio sonsinho, tinha já reputação.
Elas gostam de cartas e juras de amor do bonzinho,
Mas com ele que sonham o sono inteirinho.
Tem um quê que não conseguem definir.
Quanto mais nele, menos conseguem fugir.
Talvez seja um gostinho que reste
Ou mesmo a tal alma de cafajeste.