O Talismã
Rosto dorido e inchado,
noites passadas em claro.
Ai, maldita dor de dente!
Tomo comprimido, gotas de dipirona sódica
e nada da dor aliviar.
O que passa mesmo é a minha paciência.
O dentista extrai-me o dente que acabo conservando
como um talismã para dar sorte.
Ora, depois disso não é que dou mesmo uma guinada!
Ganho o necessário e bom dinheiro.
Faço nome e fortuna.
Sim, trabalho muito.
Para que fazer corpo mole se a vida é tão dura?
A relíquia gasta e cariada continua bem guardada
num belo porta-joia.
De fato o talismã nunca trouxe-me nenhum azar,
tampouco trouxera-me a sorte.