O MACETE

Estou mais uma vez nesse joguete

Faltam-me as manhas do sábio jogador.

Em muitas vezes falta-me o macete

De na arte bela coroar-me vencedor...

Bolas a métrica dos cafonas moderados

Pro inferno as rimas dos reumáticos movimentos.

Faço-me poeta louco, fulgurante do meu tempo

Não me atenho a esses modismos siderados.

Que vivendo as dores do presente lamentam

Seu pranto com lágrimas póstumas do passado

Alheios ao novo homem por seus males dizimado

Pelas dores, pelos sonhos e pela glória que ostentam.

Não canto a Romeu, Ofélia, ou Abelardo

Antes canto a João, Juca, ou Leonardo

Que nas curvas das esquinas viva gente me parece.

Gilmar Faustino
Enviado por Gilmar Faustino em 11/04/2011
Código do texto: T2901762
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