O MACETE
Estou mais uma vez nesse joguete
Faltam-me as manhas do sábio jogador.
Em muitas vezes falta-me o macete
De na arte bela coroar-me vencedor...
Bolas a métrica dos cafonas moderados
Pro inferno as rimas dos reumáticos movimentos.
Faço-me poeta louco, fulgurante do meu tempo
Não me atenho a esses modismos siderados.
Que vivendo as dores do presente lamentam
Seu pranto com lágrimas póstumas do passado
Alheios ao novo homem por seus males dizimado
Pelas dores, pelos sonhos e pela glória que ostentam.
Não canto a Romeu, Ofélia, ou Abelardo
Antes canto a João, Juca, ou Leonardo
Que nas curvas das esquinas viva gente me parece.