Churrasco na laje
Sábado, música antiga
Geralmente anos sessenta
Alguns bebendo pinga,
Outros fumando e bebendo cerveja
Alguns tentam dançar,
Outros ficam parados observando
Outros bebem até se embriagar
Alguns ficam rindo e zoando
Há um que não para de comer
Come sem parar,
Fica em cima da churrasqueira
Comendo a carne quase crua com medo de não sobrar
Come até ficar torto
Come sem parar
Fica com olhar de peixe morto
Procura urgentemente uma cadeira para sentar
Senta-se suspirando
Parece ficar confortável por algum momento
Um palito entre os dentes se recuperando
Mas quando a carne está assando fica se lambendo
Há também uma mulher
Que fica reparando em todo mundo
Não interessa-se pela festa, na verdade o que ela quer
Fofocas novas para contar a "Deus" e o mundo
Tem o metido que se exibe com roupas caras
Nem sorri para não exibir a cor amarela dos dentes
Sua fisionomia é coisa rara,
Se acha muito esperto e inteligente
Solta cada piada sem graça
Pensa que todo mundo gosta
Cada piada de amargar
Quando percebe, muda de assunto disfarça
E vai saindo devagar
O churrasco está animado
Todo mundo dançando, bebendo
Alguns encostados, "melados"
Outros sentados comendo
A música continua tocando
Continua assim até o final
Esta história não é verídica estou apenas imaginando
Mas quem nunca foi a um churrasco afinal,
Não custa nada, algum parente ou vizinho está convidando