Churrasco na laje

Sábado, música antiga

Geralmente anos sessenta

Alguns bebendo pinga,

Outros fumando e bebendo cerveja

Alguns tentam dançar,

Outros ficam parados observando

Outros bebem até se embriagar

Alguns ficam rindo e zoando

Há um que não para de comer

Come sem parar,

Fica em cima da churrasqueira

Comendo a carne quase crua com medo de não sobrar

Come até ficar torto

Come sem parar

Fica com olhar de peixe morto

Procura urgentemente uma cadeira para sentar

Senta-se suspirando

Parece ficar confortável por algum momento

Um palito entre os dentes se recuperando

Mas quando a carne está assando fica se lambendo

Há também uma mulher

Que fica reparando em todo mundo

Não interessa-se pela festa, na verdade o que ela quer

Fofocas novas para contar a "Deus" e o mundo

Tem o metido que se exibe com roupas caras

Nem sorri para não exibir a cor amarela dos dentes

Sua fisionomia é coisa rara,

Se acha muito esperto e inteligente

Solta cada piada sem graça

Pensa que todo mundo gosta

Cada piada de amargar

Quando percebe, muda de assunto disfarça

E vai saindo devagar

O churrasco está animado

Todo mundo dançando, bebendo

Alguns encostados, "melados"

Outros sentados comendo

A música continua tocando

Continua assim até o final

Esta história não é verídica estou apenas imaginando

Mas quem nunca foi a um churrasco afinal,

Não custa nada, algum parente ou vizinho está convidando

Marcelo Pires
Enviado por Marcelo Pires em 20/03/2011
Código do texto: T2859145
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