Eu e Baco
Por vezes enalteço Baco,
E meus versos lhe ofereço,
Não por qualquer preço,
Mas a troco de um naco!
Um naco de bom toucinho
Um pouco de pão de trigo,
Acomodado no meu abrigo,
Ao Baco peço pão e vinho!
Daqui não quer ir embora,
Poeta pobre e mesquinho,
Sem dinheiro para o vinho,
Vinho pede ao Baco agora!
Nunca me vi tão faminto,
Como poeta e vagabundo,
Rodando por este mundo,
Há muito que a fome sinto!
Agora que o dinheiro é raro,
E que a todos já não chega,
Com Baco vou para a adega,
Porque assim é menos caro!