E N V E L H E C E N D O . . .
Tempo que voa, que fere e castiga
Nos olhos vêem-se os desencantos
Semblante que esse tempo mastiga
Marcando-nos com os ácidos prantos.
Antes, quando olhava pras meninas,
Elas sorriam com aquele olhar sutil
Hoje, quando olho pras felinas, elas
Dizem: - Que foi coroa, nunca me viu?
Agora, quase beirando os vís sessenta,
Volto ao passado entre recordações
Um moço ágil de juventude opulenta
Que arrebentava os febrís corações.
Tudo se foi como num passe de magia
Metamorfoseou-me a vida em desalento
Ah, muito mais tristeza do que alegria,
Longo filme encenado em um momento.
Eis o espelho, meu mais cruel algoz...
Testemunha fiel do que me aconteceu
Quando o vejo embarga-me a voz:
- Este que aí está? - Este não sou eu!
08/02/2011 - D I L S O N - NATAL/RN -