BILHETE
Quando o dia amanheceu,
O beija-flor voltou ao seu jardim,
Já haviam passados quatro dias do que aconteceu,
E ele ainda cheirava jasmim.
Então, chegou sorrateiro,
Vasculhou as pétalas da sua predileta flor,
Ela nem se mexeu, ignorou-o por inteiro,
Havia chegado ao fim o seu amor.
Ela já olhava diferente,
Talvez houvesse outro beija-flor,
Ele então ficou indiferente,
Percebeu que para outro eram os sonhos dela de amor.
Ele então, não quis mais beijar a flor,
Nem sentir o seu perfume,
Talvez tenha ferido seu sentimento de amor!
Ou ainda era ciume!
Parou suas asas no ar,
Flutuou...
Tinha que consigo desabafar,
Chorou...
Falou com seus botões,
- O que o olho não viu
Não havia gritado as razões,
Portanto, nada sentiu.
Mas, quando o bilhete leu,
Que estava perdido no chão,
Pensou que era pra ele o que a flor escreveu,
Mas, não era não.
Dizia o bilhete...
- Desejo te ver...
Ai ele gritou - que cacete!
Comigo, nâo tem nada a ver.
Foi então,
Que o beija-flor caiu na razão,
Tomado pela dor da emoção,
Rasgou o bilhete e lacrou seu coração
Mudou seu nome, apagou o nome dela, chegou o fim,
Foi embora sem olhar para traz,
Nunca, nunca mais,
Volatará o beija-flor aquele jardim.