Poema com raiva

Tenho sete vidas como os gatos

Nem sei como as desperdiço

Um dia escorrego do telhado

Sou persistente, não aprendo

Sigo em frente, destemida

Mesmo cansada da vida

Lá vou abanando o rabo

E alheia a tanta maldade

Há quem me puxe o tapete

Como não sei usar as garras

Resvalo tanto que embato

De frente contra a parede

Já só tenho cinco vidas

E um Santo que me protege

O pior são as intrigas

Que se não matam, desgastam

E até me arrancam o pêlo

Vou ter de andar com cuidado

As quatro que ainda me restam

Requerem muito olho vivo

E um instinto apurado

Como todo o bom felino

Fui com muita sede ao pote

E ele estava envenenado

Com a morte anunciada

Restam-me agora três vidas

Veio a inveja e levou-ma

Agora só restam duas

Estou nas mãos da hipocrisia

E essa a ninguém poupa

Bateu-me à porta o ciúme

Que por ser tão doentio

Até me roubou o pio

Nunca mais soube miar

Já só me resta um fôlego

É agora que entra o Santo

Que por ser tão "Expedito"

Sei que até arranca o "pito"

A quem comigo mexer!

Fana
Enviado por Fana em 12/02/2011
Código do texto: T2788204
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