MALOGRO NO DIAGNÓSTICO

M A L O G R O N O D I A G N Ó S T I C O

Finge-se que não sente dor

Mas o pranto teima, e desmente

Não. Não é peste, tão pouco é intoxicação

Infere-se que seja uma leve enfermidade

Não é embolia pancreática

Repira-se lentamente, mas agoniado

Sorve a infusão de ervas

Espera-se o alento; mas padece-se

Viram que foi um tombo

Não foi desmaio, só uma vertigem

Estatelou o nariz no chão

Porque o abdômen intumescido?

Escoriações na sobrancelha direita

Uma rachadura no lábio inferior

Mas a dor é abaixo do peito

Apalpa-se acima do dorso

Uma dorzinha ranheta

A resposta não satisfaz

Simula um trejeito no rosto

Há sangue gotejando na botina

Botina amarela, de couro cru

Há movimentos no interior da barriga

A ventosidade gera inquietação

Com certeza tudo não passa de psicose

O desconforto intestinal é agoniante

Solicita-se vermífugo

Malogro no diagnóstico

Como conseqüência: diarréia

Se respirar mais forte dói

Por fim localizou o incômodo

Uma costela quebrada

(dezembro/1978)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 28/01/2011
Código do texto: T2757001
Classificação de conteúdo: seguro