O ASSASSINO DA POESIA ( 5 )


O assassino da poesia
Não se contenta com pouco :
Quer ser tido como um louco,
Criminoso de frieza na ação,
Deseja ser promovido
Para chamar mais a atenção.

A poesia não penetrava
O suficiente na população,
E o criminoso, frio, pensa
Ter pouca violência
Para conseguir chocar a imprensa.

A poesia foi insuficiente,
E seu modo maquiavélico,
Faz que seu futuro se abra...
Ele está preparando ardis
Para assassinar as palavras
Com seus modos nada sutis.

E então focaliza a palavra
Como alvo a ser atingido,
E seu ataque começa
Na melhor das circunstâncias,
Começa matando os ouvidos
Dizimando a concordância.

“ Tu quer matar a palavra ou nós,
com seus modos delirante
E seu tratamento ferós ? ( * )


O assassino esmiúça seu alvo
De atuação, e pela grafia insiste
Em atingir o aprofundado valor
De ter na escrita correção.

A pior coisa a ouvir
Quando se corrige alguém,
É o infeliz, debochado,
Perguntar se foi entendido,
Para deixar claro que o errado,
Não prejudica o sentido.

É bem verdade.
O errado é compreendido
Às custas de fazer doer o ouvido.

E aos poucos mata palavras
Que tem nome e tradição.
Nacimento, excessão, atrazado, ( ** )
É amostra condizente
Com o vocábulo assassinado.

O assassino da poesia
É tormento para toda língua,
Deforma palavras todo dia,
Erra sempre a conjugação,
Desconsidera a boa vontade
De aceitar a correção.

                  *****

( * ) e ( ** ) Erros propositais para exemplificar.

José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 14/10/2006
Código do texto: T264048
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