O ASSASSINO DA POESIA ( 5 )
O assassino da poesia
Não se contenta com pouco :
Quer ser tido como um louco,
Criminoso de frieza na ação,
Deseja ser promovido
Para chamar mais a atenção.
A poesia não penetrava
O suficiente na população,
E o criminoso, frio, pensa
Ter pouca violência
Para conseguir chocar a imprensa.
A poesia foi insuficiente,
E seu modo maquiavélico,
Faz que seu futuro se abra...
Ele está preparando ardis
Para assassinar as palavras
Com seus modos nada sutis.
E então focaliza a palavra
Como alvo a ser atingido,
E seu ataque começa
Na melhor das circunstâncias,
Começa matando os ouvidos
Dizimando a concordância.
“ Tu quer matar a palavra ou nós,
com seus modos delirante
E seu tratamento ferós ? ( * )
O assassino esmiúça seu alvo
De atuação, e pela grafia insiste
Em atingir o aprofundado valor
De ter na escrita correção.
A pior coisa a ouvir
Quando se corrige alguém,
É o infeliz, debochado,
Perguntar se foi entendido,
Para deixar claro que o errado,
Não prejudica o sentido.
É bem verdade.
O errado é compreendido
Às custas de fazer doer o ouvido.
E aos poucos mata palavras
Que tem nome e tradição.
Nacimento, excessão, atrazado, ( ** )
É amostra condizente
Com o vocábulo assassinado.
O assassino da poesia
É tormento para toda língua,
Deforma palavras todo dia,
Erra sempre a conjugação,
Desconsidera a boa vontade
De aceitar a correção.
*****
( * ) e ( ** ) Erros propositais para exemplificar.