o aviso
no meio de uma ribanceira
a bela indiazinha faceira
falava uma grande bobeira:
que era de um homem só
e eu no meu canto calado
ouvia e achava engraçado
a índia falando de lado
a rima soando melhor
macaco nem se interessava
mas a juriti entoava
o que a indiazinha falava
e o verso ficava maior
mulher que só tem um amante
o homem não acha importante
e da formiguinha o elefante
jamais sente pena nem dó
mas a índia não desistia
falava o que ela queria
tão alto qu’eu quase num ouvia
o canto do meu curió
e me levantar foi preciso
mas ela soltou um sorriso
e aí percebi o aviso:
“eu nunca dou ponto sem nó”