Coisas surreais

Já vi dar pérolas a porcos

Cuido que é um desperdício

A vida é mesmo um hospício

Onde os vivos parecem mortos

A mim já nada me espanta

Tenho um olhar surreal

Se já nada levo a mal

Também já nada me encanta

Um porco de bicicleta

Não deixa de ser um suíno

Com estatuto de atleta

Já não há coisas banais

Já nada me surpreende

Sei que sou bota de elástico

Intransigente, por vezes

Venho de um tempo obsoleto

Não me encaixo, não me adapto

Vivo num saco de plástico

Reciclado muitas vezes…

O que podia ser um poema

São só coisas surreais

Fana
Enviado por Fana em 16/11/2010
Código do texto: T2619652
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