UM POEMA NORDESTINO

Essa dor de cabeça paidégua

Que me azucrina

Mode eu num tê vossuncê aqui...

Fico com os oios tudo guguiando

Todo aperreado...

Aturando essas coisa

Da vontade de enxe o buxo de cana

Preciso de sustança pra impatar esse trem graúdo

Que sai dos peito

Engarranchado nas guéla...

Vô falar bunito!

“Eu te amo ocê mina”!

Prontu.

Pru mode que isso?

Arreda paxão!

Ô asquera!

Ê coração!

Eita trem arretado...

Vou avoar tudo no mato

To vexado é pra tá nestante

Co minha cabrita aprumada

Namoro suas gaitada!

Cós dente tudo de fora...

Nois junto botava pra lasca!

Inveredava nos canto

Pra mode se enamorá

Nois mangava de tudo

Inte da vida...

Ficava leeeeso per dela...

Mais ela lasco na Carrera!

Foi coisá na vida...

Agora to brocoxô de sardade

Esperando mode ela vortar...