O PRESENTI DO CATULO PRU PEDRINHO
Óia cumpadi Catulu, sei não, mas essa Tuca tá cum ôtras intenção. Prumodi quê ela foi dexá a pereca na sua casa? Sei não...
Abraçus,
Hull
Manu Pedrinhu eu ti falu
Cuidadu quesse presenti
Qui u Catulu deu nu imbalu
Pra si livrá da indecenti
A Tuca podi vortá
Dispois di si acustumá
Ocê aguenta o batenti?
Ocê qui vevi dizeno
Ispaianu pela aí
Qui caladu vai cumenu
Sopa inté di sucuri
Num si apegue a perereca
Dê pra Tuca, essa sapeca,
Fuja desse Tititi.
Eu cunheci uma Tuca
Amiga du Berzoini
Era uma hippe maluca
Nem feiúra a defini
Diz qui banhu num tomava
As coisa nunca lavava
Cum ela ocê num si animi.
A tuca era só banha
Rendondinha iguá barril
Ela mais bati qui apanha
Di modus grossero, vil.
Perereca mal cuidada
Fica a casa impestiada
Nem lavandu cum bombril.
Eli deu a perereca
Procê maninhu cuidá
I di lambuja a caneca
Dela si imbebedá
Num faça essa viagi
Ocê num vai tê vantagi
Inda vai si assustá...
Para o texto: A PERERÉCA DA TUCA (T2335031)
De: Catulo
Maninha, esses são os versos
que deixei lá na escreivaninha
de Catulo,
por ocasião do presente
que ele deu para Pedrinho.
"INDOIDÁRU C’O A PERERÉCA"
A pereréca da Tuca
Saiu do breju pulâno
Sartô drentu da cumbuca
U cumpádi, só oiânu
A Tuca c’o a perereca
Quaiz qui perdi as cueca
Foi logu amarelânu.
Manu Pedrim cuâno viu
A perereca da Tuca
Correu pra ditráiz du rio
Foi armá u’a arapuca.
Tomêm cumpádi Catulu
Quis pegá im um só pulu
A perereca maluca.
Caçáru o dia intêru
Essa tár de perereca.
Pedrim caiu nu buêru
Catulu ficô careca.
I a Tuca, bem tinhosa,
Foi simbora toda prosa
Mais a levada da breca!
(Milla Pereira)
O Pedrinho e o Catulo vieram aqui trazendo seus versos novos sobre a perereca.
Cumádi Ulli, eu agradeci
Essi valioso prezênte
Na minha pájina,iscriví
Que fiquei munto contente
A perereca da Tuca peguei
Com criolina desinfetei
Tá cheróza e sorridênte!
Pedrinho Goltara
Óia, maninha, eu li fálu
Dêssi presênti qui mandei
A pereréca, num estálu
Pru Pedrim, lógu inviei!
Mai mecê foi bem gentia
Qui retratô uma gía
Tão vêrdi, qui lógu amei!
Catulo
A poetisa Stella Bernardes deixou-nos os versos de Manuel Bandeira. Obrigada, foi um prazer receber sua visita.
Em ronco que aterra
Berra o sapo-boi
_"Meu pai foi a guerra!"
_"Não foi! . _"Foi!" . _ "Não foi!"...
Que soluça Tu.
Transido de frio,
Sapo Cururu.
Da beira do rio.(Manuel Bandeira)
Stella Bernardes