Canjiquinha

Canjiquinha

Na boca eu tenho a minha doce canjiquinha...

Tão molinha, tão branquinha, tão cheirosinha...

Nas saliências da minha culher a peguei,

Peguei-a e a minha boca sedenta a levei...

Doce, doce... era tão doce aquela sobremesa,

Antes só fosse ela o meu único alimento...

Saciado assim nunca antes assim tinha estado,

Mas sonhara já assim a noite ficar com ela...

Ah! Nesse frio a minha canjiquinha me aquece...

Agora adoça o doce em que tornou-se a minha vida,

Pois só a vida que é vivida é verdadeira, vida.

A culher colhe aquilo que eu semeador, semeei,

Mas de tanto colher o cereal, de comer acabei.

É natural que eu me sentisse assim com a minha canjiquinha, eu sei.