braçadas

você me olhando como

se eu fosse a bola de cristal

eu que não te disse nada

em que valesse à pena confiar

a quem queremos enganar?

ao pássaro sobre o galho fino da planta?

à alma que em nós se agiganta?

ao peso da elefanta?

a quem devemos recorrer?

ao vento que volta a correr?

à chuva com a sua fragrância?

ao trem que vem na distância?

vê se me olha agora

de um jeito transcendental

como se eu te dissesse alguma coisa normal

que você não pudesse entender

vê se consegue me ver

não a partir do que digo

mas como se eu não fosse

mais do que o teu amigo...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 25/06/2010
Reeditado em 25/06/2010
Código do texto: T2340133
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