braçadas
você me olhando como
se eu fosse a bola de cristal
eu que não te disse nada
em que valesse à pena confiar
a quem queremos enganar?
ao pássaro sobre o galho fino da planta?
à alma que em nós se agiganta?
ao peso da elefanta?
a quem devemos recorrer?
ao vento que volta a correr?
à chuva com a sua fragrância?
ao trem que vem na distância?
vê se me olha agora
de um jeito transcendental
como se eu te dissesse alguma coisa normal
que você não pudesse entender
vê se consegue me ver
não a partir do que digo
mas como se eu não fosse
mais do que o teu amigo...