EUGÊNIO E A FEIA
Foi numa noite de meia lua
Fria, limpa e bonita
eu fui pro meio da rua
E achei uma moça esquisita
Ela disse que aquilo era pintura
Não era feia como parecia
No escuro eu acho que via
Que era verdade pura
Me convidou para a quadrilha
Querendo a minha companhia
Ela queria era me apresentar a filha
Menina cheia de mania
Já foi de pai me chamando
E eu com medo daquilo virar casório
ela assim foi me levando
me arrastando , era público e notório
mas de otário não me fiz
cheguei perto da fogueira
e vi a feia inteira
cocei até o nariz
A claridade da lua, mais a luz da lenha
Me fizeram pedir São João
“me livre dessa brenha
Que eu salvo o Santo Antônio
De seu padecimento vão”
Uma homenagem ao meu amigo Eugênio, que depois desse dia do distante São João de 1982 resolveu nunca mais se casar.