Versos livres
Eu chamo versos soltos
Escapados, fugidos mesmo
Eu até que tentei criar bem
Esses versos selvagens...
Tenham rimas!
Olha a métrica!
Menino, olha o tom!
Cadê seu ritmo?
Que entonação é essa?

Mas lá se foram esses versos
Sujarem-se tanto de barro
Tomar banho de chuva
Brigar de turma na rua
Com os versos de outra vila
Roubar fruta do vizinho
Atirar de estilingue
Roubar beijos das meninas
Soltar pipa e balão
Comer doces de montão
Escondidos nas esquinas
Saltar o muro da escola
Para ir jogar bola
Até voltarem para casa
Cansados e esfomeados
Comerem duma garfada
E dormirem feito uns anjinhos

Cresceram esses meus versos
Até que tomaram juízo
Eu olho para eles com amor
E com tanto dessa emoção
Orgulhoso e comovido
Da infância que tiveram...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 11/06/2010
Reeditado em 07/08/2021
Código do texto: T2312835
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