A Herança

Chega a bunda mais pra perto.

Ela respondeu, “Tá certo,

era isso qu’eu queria”.

Penetrei, todo o pau logo sumiu,

ela olhou pra trás e riu

e gemeu de alegria.

Tive que agir com cautela.

Se eu gozo agora, ela

certamente vai chiar.

Pois, notei que do jeito que ela estava,

umas dez ou quinze dava,

e eu não ia agüentar.

Eu jamais trepei tanto em minha vida;

deu até uma ferida

na cabeça do piru.

A garota era um desplante,

quis fazer no mesmo instante

pela frente e pelo cú.

Frango assado e o cunete,

tanto tempo no minete,

no sessenta e nove e não

se cansava a gulosa,

de vagina de espantosa

auto-lubrificação.

Terminei cambaleante,

me achando até brochante,

só pensando em dormir.

Um odor no meu rosto de vagina

e na boca vaselina

e um gosto amargo de xixi.

Mas enfim tudo acabou.

No banheiro um dia vou

urinar, sinto uma dor

de matar. Desisti, pois, nesse dia

vi que uma blenorragia

eu acabava de herdar.

(brincadeira com a música "Com Açúcar e com Afeto" do incomparável e mestre Chico Buarque)

Alu, dez/1973