O JABUTI ACADÊMICO

(Hull de La Fuente)


Ele entrou pra academia
porque era vereador
ler e escrever não sabia,
mas tinha um bom assessor.

seus colegas também tinham
os discursos publicados
juntos eles se entretinham
com chás e amanteigados.

Jabota andava intrigado
com um certo senador
Por ele ter publicado
"Marimbondos", sim senhor.

Então Jabota o imitou
E publicou seu "Formigas"
Foi o povo quem pagou
Uma prática bem antiga.

O livro não possui letras
Mas formigas retratadas,
Algumas fazem caretas
muitas outras dão risadas.

 
Jabota se empavona
E veste sempre o “fardão”
E da tribuna se ufana
E criou até um jargão:
 
“Se marimbondo e assunto
Formiga também o é,
Ainda vou falar de cobra,
Lagarta e jacaré.”
 
E enquanto não “escreve”
Os temas anunciados
Vai vivendo como deve
Esse Jabota fardado.

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JABUTIS E JABOTÕES

             (Milla Pereira)

 

 

Minha mana, este jabota,

Há muito é conhecido.

“Escrever” – pura chacota

Ao povo, desprevenido.

 

Ocupou muitas cadeiras:

De senado a presidente.

Mas escrever, brincadeira!

Não plantou esta semente.

 

Trabalhar, também não gosta,

Isto é marca registrada

De alguém em quem se aposta

E nunca construiu nada!

 

Ao entrar p’ra Academia

E vestir o seu fardão.

Foi mais uma ironia

Que engoliu o povão.

 

O poder não é eterno.

Enquanto o bolso abarrota

 O capeta, lá no inferno,

Tá esperando o jabota!

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Guerra entre insetos
(Jacó Filho)

Se melhorarem o relato,

O povo vai descobrir,
Pois é quase o retrato,
Desse infeliz jabuti...
 
Maribondo e literatura,
O tempo já nos provou,
Que pode ir pras alturas,
Até eleger-se a senador...
 
Mas a formiga chegou,
E não quer ficar atrás...
Um termo com satanás,
Que precisava, assinou...
 
Agora vamos aguardar,
A guerra entre os insetos...
O fim já deve ta perto,
Só falta a gente votar...
 
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Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 19/05/2010
Reeditado em 19/05/2010
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