Duelo Sendo respondido por uns e por outros não hehehe...
Cairo Pereira chama os poetas para duelar:
Meu verso é troncudo, não perco eu só ganho
e nunca que saio ou desvio o meu ritmo,
pois eu não sou barco no jogo marítimo
e chamo qualquer pra treta - e sou fanho,
sou gago e pernejo, mas nunca que apanho,
por isso que chamo: vem cá duelar!
Não fique com medo ou querendo cagar:
sou norte, sou sul, leste, oeste e já falo
a rima é tão forte e se vai como estalo,
pois canto a galope na beira do mar.
FT responde para Cairo Pereira:
"Meu Deus, que bagunça! (que tanto alvoroço?)
Aqui na platéia de boca calada,
(ouvindo o escandir destas desembestadas)
possesso (nos versos) dos poetas moços
repouso o alazão e denego-me o acosso!
A rima é Primário – meu som é C.A.!
(não há ferradura, nem sela... não há!)
Eis que ouço também este tal burburinho:
Sou jóquei carioca. O cavalo é marinho!
Galopo sem eira nem beira pro mar!..."
Antoniel responde para Cairo Pereira:
Mais um pra provar do meu verso ferino,
já dei pisa em um e és mais um pra chibata,
virado num traque e ninguém me empata,
os dois vão sentir meu galope malino.
Sou cabra-de-peia, tu és um menino,
É -anho e -a-eja: “-é –ero a-gá!”
Repita comigo: “hoje eu vou me lascar”,
prepare seu lombo ao cipó de aroeira:
meu verso nas costas de Cairo Pereira,
nos dez de galope na beira do mar!
Cairo Pereira responde para FT:
Meu Deus que bagunça! - Quem fala sou eu!
Do verso mais torto mandado à platéia,
tão lento e tão "fora", que rima mocréia!
Tu fiques sabendo que não sou proteu.
Não fujo jamais da peleja ou leteu,
porque sou valente e eu te posso provar
no Pégasus doido que não vai parar
de tanto correr e falar para o povo
plebeu, pra o ricaço, pra o velho, pra o novo...
eu vou galopando na beira do mar.
Cairo Pereira responde para Antoniel:
Eu nunca perdi pra poeta nenhum
aqui no sudeste ou pra lá do sertão
sou cabra atrevido, gemeu Lampião
na adaga da rima, foi um zunzum
o pobre tremendo soltou grande pum
e todos ali começaram a falar:
Quem é o poeta que põe pra lascar?...
Será que ele quer destruir outro anel?
Prepara-te bardo: seu Antoniel!
Pois vou galopando na beira do mar.
Antoniel responde para Cairo Pereira:
Escreva meu nome de forma correta:
faltou caixa alta e o sublinhado,
também o negrito e na cor de encarnado,
e um hífen seguido da frase "O Poeta!".
Sou mesmo abusado e não fujo da reta,
mas dar pisa em bêbo é pior que pecar,
melhor chamar Edy pra te ajudar,
os dois eu derrubo com uma rasteira,
é Edy na peia com Cairo Pereira,
Nos dez de galope na beira do mar!
FT responde Para Cairo Pereira:
"Que hilário! Que lindo! Isso é poesia
isso é o que todos chamam de criação
e eu, no meu canto, levanto mi'as mãos
em mero louvor de quem sabe e quem cria
mas tenho de vós só comiseração!
Piedade, eu sei.. tenham de mim que tento
versar com esmero, e lhes tentar rimar
cavalos e éguas na beira do mar
mas a areia é fina, e ao sol não esquento
meus sons frios são como negror mar..."
Cairo Pereira responde para Antoniel:
Um nome tão feio nem vou repetir!...
Preciso somente da minha rebeca
pra dar umas tapas na frouxa moleca
que diz ser poeta e não sabe mentir,
não sabe versar mesmo assim quer ouvir
do bardo uma rima - o florão versejar;
que esmaga o "antoninho" - o cagão singular!
Que diz ser valente, um tremendo jumento,
se abaixe, porque vou montar num momento,
enquanto galopo na beira do mar.
Cairo Pereira responde para FT:
Que hilário!... Que lindo!... Isso "sim" é poesia!
Preencha os espaços que estão lhe faltando!...
Depois você vai... fique o tempo pensando
e faça teus versos com mais maestria
pra dar ao leitor colossal alegria,
sorrisos contentes com teu duelar,
no modo de agir, escrever, versejar...
Aí você vem com cavalo e com égua:
mas antes precisas que eu dê uma tregua,
enquanto galopo na beira do mar?
Antoniel responde para Cairo Pereira:
Já disse: não venha sozinho pra briga,
eu quero é a cambada, o motim, toda a reca!
e enfie num bisaco essa sua rabeca,
que aqui a viola é de pinho de viga.
Gostou da aroeira? que tal o de urtiga?
chegou quem temias pra te açoitar!
e mesmo meu nome evitando falar,
tu hás de ouvir no inferno ou no céu,
as oito letrinhas de Antoniel
cantando galope na beira do mar!
Cairo Pereira responde para Antoniel:
Tomando a marvada eu destruo você!
Te deixo sem eira e nem beira, no susto:
sou super-cupim que destrói todo arbusto,
viola de pinho de viga pra te
provar que aroeira não pode valer
um super que voa, que sabe torar
o inferno inteirinho com meu versejar
em cinco ou em oito ou em dez pode vir,
pois tu te levantas pra logo cair,
enquanto eu galopo na beira do mar.
O Edy é um outro poeta que estava duelando com o Antoniel, mas pede arrego. Ele diz que vai voltar para ganhar de todos, mas Cairo Pereira não aceita e manda uma resposta:
Um cara cagão, que fugindo da peia,
nos dá mil desculpas fazendo mil manhas
só pode ser um bacural das montanhas
tomando leitinho no prato co'a aveia:
se fecha covarde senão entra areia.
Primeiro sustente esse teu mal pensar,
então, depois venhas aqui duelar,
pois nunca que vou arregar pro tal Edy
que fica chorando em seu verso que fede,
enquanto eu galopo na beira do mar.
Cairo Pereira chama Antoniel novamente para o duelo, pois ele não veio no dia:
Lamente um pouquinho da minha ironia
que fala sincera do bardo que sofre
por não ter vintem lá no fundo do cofre;
por não ter ideia; por não ter poesia;
por não ter a rima perfeita no dia...
Que eu chego, chegando só pra te lascar:
já foi m'c que tremeu no versar,
repente me veio contente louvar,
mentor desta vida, mentor desta escola...
Se cala boiola com sua viola,
pois canto a galope na beira do mar.
Será que os poetas continuarão o duelo:
"Cantando a galope na beira do mar"