Ao viciado, o vidrado.
A Consciência: Porque fumas?
A Boca: Eu gosto!
A Consciência: Como? Que prazer trás?
A Boca: Anestésico. Chapado.
A Consciência: E o risco?
A Boca: Que risco?!... Ah!, o risco. O risco a gente arrisca.
Silencio, onde se ouve o coração, o bater do coração.
A Consciência: Quantos gastas?
A Boca: Não sei; veja com as mãos e os olhos, eles que sabem. Eles que gastam.
E, em sua defesa, as mãos intrometem-se no meio, vigorosamente, da conversa.
As Mãos: Eih... Somos coagidos a isso, assim como, pô-los em tu, Boca.
A Consciência: Hahahahahah... E quem vos comanda? Só me digas isso, hum?
As Mãos: A tua irresponsabilidade inconseqüente.
Por instantes, novamente, ouvi-se o silêncio que vem a ser quebrado pela debochada indagação rítmica do coração e, logo em seguida, pela irônica e seca pronunciação pulmonar.
O Coração: Iiirru...
O Pulmão: E um muito obrigado a ti, Consciência.