LARANJA MADURA
Sou como a laranja madura,
Aquela da música famosa,
Que fica à beira da estrada
E ninguém valoriza a fatura.
Ser assim de jeito tão oferecido,
Gera desconfiança de qualidade.
Há as que pensam algo parecido,
Produto fora do prazo de validade.
Talvez devesse ser reservado,
Um pouco mais sério, distante,
Blasé, nariz pra cima, pedante,
Subir no salto igual debutante.
Mas, como sou boa praça,
Vou à luta, vou com raça,
Mesmo assim meio dialético,
Tenho caráter, sou poético.
Se há musica, pé de valsa,
Gosto de dançar agarrado,
Levo fora não fico emburrado
Tristeza passa, impressão falsa.
O que achou da história a amiga?
Não é mentira nem faço intriga.
Esclareço a prosa e faço uma figa,
Se houver interesse, oxê! me liga.
Março 2010