TREM BALA

trem bala

a vida segue e não tem jeito não

o trem não mais para na estação

o mar ta subindo pelas barrancas

quebraran-se os potes de cristais

à muito se foram os ancestrais

e a mulherada sacudindo as ancas

e o trem bala não tem freio

nessa multidão eu to no meio

já pensou se isso pega fogo

meu vô disse que eu era um pateta

e acabei virando poeta

porque me expulsaram do jogo

me vou pras bandas de baguedá

te mando noticias de lá

antes de ser carbonizado

num acidente aviatório

ser enterrado sem velório

como indigente ignorado.

escrito em 23/02/2010 por

vainer de ávila o poeta da paz

Vainer de AVILA
Enviado por Vainer de AVILA em 24/02/2010
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