A casa cai, se o lobo soprar forte
E for de palha, a simples construção;
Vai tudo ao chão e escapará, com sorte,
O morador incauto e surgirão
Olhares de curiosos e abelhudos,
A ver por que se fez tal confusão.
O vento sopra e faz barulho agudo
E a casa, em tábuas, tem o mesmo fim;
Assim era esperado e cai, com tudo.
O lobo é mau, sabemos, é ruim
E vai atrás da presa, sem descanso;
Encontra outra morada, essa sim,
Capaz de impedir o seu avanço:
É feita de tijolo e pode bem
Desafiar a fera , eu lhe afianço.
O lobo sopra forte, mas não tem
O fôlego perfeito que imagina;
O sopro do infeliz não vai além,
Porque a tal parede não é fina.
Não há poder que a possa derrubar,
Nem modo de cumprir essa rotina.
Com medo, pois, de sucumbir, sem ar,
Desiste do que quis, desanimado,
E foge, é certo que não vai voltar,
E vai comprar comida no mercado...
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