ZÉ DAS TROCAS
ZÉ DAS TROCAS
Vivendo de cambalacho,
Vende ou troca sem cessar.
Até galo de despacho
O larápio quis trocar.
Mora à beira de um riacho,
Não há com quê se inquietar.
Quando é noite, acende o facho,
E começa a procurar.
Achou um certo capacho,
Num muro estava a secar.
Mais adiante, um grande tacho,
Levou-os pra negociar.
No caminho, sob um cacho
Do cabelo foi atar
Arruda, para o despacho
Nenhum mal vir lhe causar.
Zé das Trocas, cabra macho,
Numa feira foi trocar.
De frutas encheu o tacho,
Pra tornar a negociar.
Pela troca do capacho
Belas uvas pode achar,
Escolheu um belo cacho
Para poder merendar.
Quando à beira do riacho,
Sentado pra meditar,
Na mente brilhou um facho:
-"Minha mulher vou trocar!"