ROCEIRO DESOCUPADO

Pra meu gosto eu não quero muito, só o dinheirinho da venda da lenha

Vendida pro primeiro padeiro o gasto já serve pro que a mim convenha,

Apurado os trocados eu saio vazado pra ir pra cidade,

Apreciar as moças que aparecem quando o sol já desce na parte da tarde.

Amizade enfraquece se alguém me aborrece enjoado a falar de batente,

Meu esforço é grande demais pra viver em paz, de modo inteligente,

Pra pular em cima de uma rede e matar minha sede com uma aguardente

Uma bóia filada nesses restaurante de beira da estrada já e o suficiente.

Alegria no amor eu tenho de favor na casa da viúva de um tal padilha.

Não anima pela muita idade, mas pela bondade eu consigo umas pilas,

Ela logo me dá uns presentes me chama de bem joga tutu de grila,

Eu pego essa grana no ar vou correndo pro bar tomar umas tequilas.

De noitinha no jogo do bicho caçando um enrabicho arrisco uma fé.

E caio na parte mais pesada de uma quebrada a rodear as mulé,

trato de de não arrumar confusão e presto atenção na turma do boné,

Passar a noite vendo o Sol quadrado me deixa assustado isso não dá pé.

E fechando a minha mamata eu vou lá pra mata curar a ressaca,

Eu evito ir lá pro rancho, pois se que engarrancho com minha bruaca

Meu corpo ta pisado e a cabelo enrolado a carcaça ta fraca.

Ajeito no lombo do brioso fazendo seu dorso alongado de maca,

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 27/01/2010
Reeditado em 16/06/2010
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