TEVÊ

T E V Ê

Máquina interessante e perversa,

verdadeira invasora de lares.

Surge com jeito de amigo, companheira,

por vezes regressa.

Certo seria que apenas música passasse,

assim mais amiga o seria, menos decorativa

mais utilidade teria.

Mas e as criancinhas!? Como sem ela seria?!

Verdade que ajuda nos dá,

em dias onde um é mil e mil em um tornar-se ia.

Músicas e desenhos eu concordo!

Mas como minha amada ficaria

sem a novela, a fofoca e todos os programas de gritaria?

O jornal é horário marcado, sério e presente.

Compromissos adiados, remarcados, a carnificina presente.

Sem pedir licença mostra o mundo mal que a todos pertence,

a nós realidade ausente.

Tá! . . . Eu concordo com o desenho, a novela e o jornal.

Porém, o institucional e o imoral sou terminantemente contra,

ainda que venda, sustente ou enriqueça alguns inescrupulosos

que ordenam o que se faça e aconteça.

Pensando longe vejo mundos perdidos,

onde o cultural é alimento primordial.

Motivo de sobrevivência num mundo de informação,

onde sua presença acaba por fazer a diferença

entre o correto, decente e perverso e a própria consciência.

Mas e o imoral?

Nudez, sexo, drogas, violência. . .o insocial !

Presente aos pimpolhos a roubar-lhes a inocência.

Cumplicidade estatal, comercial e secreta

dos participantes dessa parafernália eclética.

. . .o subliminar invade nossas mentes

mostrando o que não se vê a todos querer ter

e fazer sem nada daquilo entender

sem permissão a própria perversidão

a pretexto de uma boa televisão. . .

Acho que deveria ser vigiada,

ou de alguma forma organizada.

Senão eu desisto!

Faço campanha contra, na minha casa insisto,

nem ouvida ou assistida . . . calada!

Mas novamente o que fazer com as criancinhas,

minha esposa e o futebol?

Sem saber o que acontece como mudarei a prece

a tantos povos que padecem, esvanecem,

àqueles que até desaparecem?

Insisto! A solução minha não é!

de forma que restrinjo-me a controlar tão somente a minha.

Preta, plana, iluminadamente bela. . .

aconchegando-me no sono,uma companheira. . . a mais singela.

O que importa é o amor por ela e por toda sua gente.

Gente estranha, alguns até bem diferentes,

gente que não dorme, gente que nem vive, gente como a gente.

Gente que faz acontecer tudo que se viu ontem,

hoje, amanhã como presente.

Mas uma solução existe fácil!

Daremos a todos primeiro o cultural.

Deixando a cada qual que arranque da audiência

aquilo que lhe faz mal.

As crianças eu não sei, minha esposa eu consigo,

mas o meu musical? . . .ahh ! que dependência infernal !

Talvez melhor seria apenas mudar o canal,

se não tão difícil fosse uma tarefa de dificuldade sem igual.

LUCIANO ESPOSTO
Enviado por LUCIANO ESPOSTO em 26/01/2010
Código do texto: T2051942
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