SE EU FICAR DE SANGUE QUENTE
Eu sou um sujeito simples e pacato
Sou tranqüilo, educado e descente
Mas se um dia eu ficar de sangue quente
Sou pior que uma pedra no sapato
Sou pior que cobra engolindo sapo
Sou bala que atinge o meio da testa
Olha, o cabra ruim que não presta
Vai ter de acertar conta comigo
Vai provar da minha munheca pesada
Vai levar uma surra tão danada
Que jamais esquecerá o castigo
Cabra covarde, mesquinho e pão-duro
Que faz conta de uma pataca de vintém
Pode até se julgar um cidadão de bem
Mas para mim não tem nenhum futuro
E quem fica se escondendo atrás do muro
Observando para falar de vidas alheias
Com isso o meu sangue ferve nas veias
Fico pior que a fúria indomável de um leão
Mas se o cabra for um sujeito honesto
Pode até me julgar e falar que não presto
Que não me zango e não tiro a sua razão