Pleno
Pleno
Ando com a impáfia daqueles que surgem diante de si mesmos como mera figuras de um retrato borrado
tenho em mim as coragens do mundo e nada em minha mão é tão belo assim
serei só, como as begônias expostas a olhares curiosos e fatigados, pois nada querem e nada sabem
por que espiam tanto a alma dos outros e se esquecem de se olharem pelo viés do impublicável?
som tão podres e campos de flores ao mesmo tempo.
a hipocrisia é o adubo da modernidade
se chocam por que? há motivos?
o varredor de ruas vê minha sujeira e dela se sustenta e eu morro, afogado na fala possibilidade de olhar pra frente sem ter os olhos malditos que julgam a me fitarem, como assassinos.
... e a vida segue sem depender de mim.
apodreço na mesma medida que me banho nas futilidades da sua boca.
mesmo assim vou acordar amanhã e depois e depois
pra poder te dizer
que sou hoje o que jamais serei amanhã
sou o medo do ter
sou o ver do sentir
sou o silêncio do tato
sou assim. Eu em mim.