A MANADA JÁ ESTOROU

Olha o pó lá no horizonte

Pelo estouro da manada,

O mais tosco no reponte

Ocupando toda a estrada.

Segue ruas, dobra esquinas

Vai entrando em cada porta

Limpa tudo das vitrinas

Sem olhar o que lhe importa.

Se à vista, ou em carnês

Se no cheque ou na pendura

Tanto faz ou tanto fez

Noel jinga na cintura.

Quando a tropa se recolhe

Ao retorno da invernada,

Vendo o feno que encolhe

Remoi vento indigestada.

Vai-se magra pro curral

E sem peso para o abate

Pouco importa, é Natal!

Resta ainda a cuia e mate.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 27/11/2009
Reeditado em 02/12/2009
Código do texto: T1947578