A MANADA JÁ ESTOROU
Olha o pó lá no horizonte
Pelo estouro da manada,
O mais tosco no reponte
Ocupando toda a estrada.
Segue ruas, dobra esquinas
Vai entrando em cada porta
Limpa tudo das vitrinas
Sem olhar o que lhe importa.
Se à vista, ou em carnês
Se no cheque ou na pendura
Tanto faz ou tanto fez
Noel jinga na cintura.
Quando a tropa se recolhe
Ao retorno da invernada,
Vendo o feno que encolhe
Remoi vento indigestada.
Vai-se magra pro curral
E sem peso para o abate
Pouco importa, é Natal!
Resta ainda a cuia e mate.