PITOCO E O PÉ-DE-GARRAFA

Ouvidos atentos, adentrava na mata a busca de caça.

Pitoco era um menino sem malediscências e na ponta da ligua tinha os  mandamentos de sua mãe. Não mentir e não roubar, não matar o que não se come
nem desrespeitar os mais velhos.

Pitoco nunca quiz se dar ao estudo  porisso se embrenhava na mata a caçar o que fosse;  como todo menino do interior,  pelava de medo de livusia pé-de-garrafa, lobisome alma penada ou mula sem cabeça...

Ouvira tantas histórias de assombração que quase nunca se apartara de seu estigingue com ele  Pitoco era capaz de afugentar o cão.

De repente gritos estrídulos amedrontadores  semelhantes a vozes familiares
de companheiro transviado se ouvia  distante ... e aproximava como o som de uma mão-de-pilão... tum... tum... tum...

e Pitoco bateu-se de frete com um bicho mal encarado que mal sabia discernir o que via: pulava numa perna só, mas não era Sacy o braço lhe saía do meio do peito, o corpo era transparete que nem vidro azulado dois olhos na testa e outro na nunca e o pescoço girava feito pescoço de coruja!

Mesmo tremendo de medo Pitoco armou seu estilingue  com uma pelota de barro cozido ... Esticou... esticou... e zzzuuuuuummmm!  pimbaaaa!

Tiro certeito e um barulho infernal de vidro e um grito ensurdecedor correu pela mata...o bicho se desfez numa só cacaiada ! mas sua perna saiu pulando tuc... tuc... tuc... em disparada mata adentro gritando como um eco assombroso, grunindo !
até certamente crescer e aparecer...

...

Anos depois, o Pé-de-Garrafa que por tantos e quantos anos ficou incubado dentro do pé de barriguda,  na roça das prechedas, um certo dia de lá saiu e tentou pegar Vera Coco,  que por alí estava,  pegando um bom pedaço de barriguda para descambar o rio...  e aí aconteceu o Susto do Pé-de-Garrafa, que Helverton, o Jornalista descreceu. .

Um Pé-de-garrafa não morre nunca
só se um dia acabar as matas e capoeiras
prá nunca mais se ouvir falar do Pé-de-garrafa.

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Pitoco o menino imaginário que vive de dentro do poeta.
Flamarion Costa
Enviado por Flamarion Costa em 12/10/2009
Reeditado em 26/11/2009
Código do texto: T1861979
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