Incompatibilidade de “gênios”
Se chamo não me atendes
Se falo baixo não me ouves
Se grito brigas comigo
Dizendo que sou um ogro
Respondo que és uma anta
Se calo me questionas
Dizes que guardo segredos
Não te falo pra onde vou
Não me dizes de onde veio
Peço quentinha, você quer pizza
Cadê seu romantismo?
Quero gelado, você diz morno
Falo teatro, você diz cinema
Acabamos vendo novela
Você num sofá eu no outro
Apostando quem faz mais pirraça
Me chamas de infantil
Eu falo que és sem graça
Em meio a tantos transtornos
Quando enfim nos mataremos?
Toda hora o clima esquenta
Pior que nesse jogo de gato e rato
Tudo é recíproco
Estamos sempre empatados
No placar sempre 50 a 50
E ainda achamos que nos amamos
Vivemos uma tragicomédia
Uma peça surreal
“abençoada” pelo demo
Que nos fez filiais do inferno
E a sogra ainda dá palpite
Espalhando seu veneno
Quando pinta algum sossego
Afff, que só não me mato
Porque morro de medo...
- Roberto Coradini {bp}