PÂNICO
Foi na Avenida do Estado,
numa noite com neblina,
que parei, ressabiado,
no semáforo da esquina.
A moto encostou ao lado
e o piloto, sem cautela,
tocando em minha janela,
me fez abri-la, assustado.
Na certeza de um assalto,
levantei as mãos pro alto,
já tremendo e bem suado...
Porém, rindo, o motoqueiro,
apontando o pneu traseiro,
me alertou: — Está furado!
* * *