PÂNICO

Foi na Avenida do Estado,

numa noite com neblina,

que parei, ressabiado,

no semáforo da esquina.

A moto encostou ao lado

e o piloto, sem cautela,

tocando em minha janela,

me fez abri-la, assustado.

Na certeza de um assalto,

levantei as mãos pro alto,

já tremendo e bem suado...

Porém, rindo, o motoqueiro,

apontando o pneu traseiro,

me alertou: — Está furado!

* * *

Dorival Coutinho da Silva
Enviado por Dorival Coutinho da Silva em 26/09/2009
Reeditado em 03/10/2009
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