ROUBANDO O MÉ


Lá dos lados do sítio da Izabè
tem tantos tocos cheinhos de mé
mas tem abeias brabas pra xuxú.
Tem que tampá os zóios e  sambranceia
se não com as picadas a gente tonteia
veneno forte quase iguar do urutú.

Com a fumaça, já começou o zumzumzum
os panos queimados não fizeram efeito nenhum
as abeias foram atacando sem ter dó.
Já foram mordendo para tudo quanto e lado,
minha cacunda e imbigo foram picado,
morderam a costela e morderam mocotó.

Quando passando a mão pelo meu pescoço
fui encontrando um baita de um caroço,
que parecia com um pesco maracotão.
Nesse lugar, mordeu abeia de punhado,
por que na hora que fui atacado,
cheguei a pensar que fosse bala de canhão.

Com o corpo queimando como brasa,
mas estava levando o mé pra casa,
tinha doce para mais de um meis.
Saí de lá com o couro todo furado,
resmungando mais que bezerro desmamado,
com o zóio mais pequeno que um chineis.

As abeias morderam a torto e a direito
mas ficaram sem o mé, isso não teve jeito,
que fizessem mais no dia seguinte.
Quem saiu perdendo a briga, foi a abeia,
mas quase acabaram com minha oreia,
só numa delas, morderam cento e vinte.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 31/07/2009
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