O BELO TESOURO DO MEU VIZINHO
A primeira vez que passou por mim,
quase desmaiei de emoção,
achei mesmo que seria o meu fim,
era o sonho do meu coração.
Disparei para chegar ao portão,
e na rua com a trazeira levantada,
era inteira de puro tesão,
tudo eu daria para dar uma pegada!
Mais tarde decobri ser o meu vizinho,
dono de tudo aquilo que eu via,
tratava ela sempre com muito carinho,
eu olhava e pensava: Que covardia.
Um dia perdi o juizo afinal,
tinha que dar meu parecer,
quem era aquele que se fazia de tal,
e eu desanimado a padecer?
Quando ele saiu com ela,
de longe lhe estendi a mão,
e decidido do alto da minha janela,
gritei, quer vender o carrão?