Cianureto
Dai-me ó mulher, este cianureto!
Dai-mo que esta vil vida não me importa!
Olhai no espelho esta figura morta
Da qual me restará só o esqueleto.
O espírito: entreguemo-lo ao capeta
Pra uma festa de dor... e que me importa?
A agonia já bate à minha porta:
Apanha o meu chapéu e a capa preta!
Cremai-me as pobres tripas sem defesa
E o resto da carcaça... que me importa!
Fazei com meus pedaços uma torta
E sirva alegremente à sobremesa!