MARIDO DE ALUGUEL

MARIDO DE ALUGUEL

O telefone toca

Era aquela voz

Era o meu tipo de sangue

Não prestava nadica eu sabia

Mas...nem eu prestava

Não conseguia mentir

Dizer que não estou

Pensava comigo:

-o que são alguns minutos de Tsunami?

Sem raios e trovões

Nem se vive

Depois viraria um monge

E pronto tudo resolvido

Não podia era deixar

Meu coração com ciúmes

De um telefone infiel

Que ligaria pra qualquer uma

Que tivesse a senha: -Alô...

Não, não e não!

E depois só se sente dor

Quando para de correr

Daí é que passa a sentir as pedras

Os espinhos

O que valia é que até lá

O caminho era o paraíso

Maldita voz suave

O mundo ainda não sabe dela

Graças a deus!

E eu ali

Feliz da vida

Porque a voz voltou

Eita mundão besta esse

Já havia desistido

A muito dessa voz

De marido de aluguel

Bem antes de o telefone tocar

Eu arrotava certeza absoluta

Na cara de qualquer um

Até na minha

Meu coração tinha teias de aranha

Mas eu via a luz!

Vivia em harmonia

Jejum e oração

Já podia até morrer

De tão boa

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 12/06/2009
Código do texto: T1645244
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