A Predadora

Esperta raposa,
astuta ave de rapina,
traiçoeira serpente,
bela e perigosa fêmea.
Guarda no seu rosto
os segredos
das múltiplas expressões.
Reserva em suas mãos os toques das amantes.
Falsa preciosidade,
engana com toda sinceridade,
com sua sutil maquiagem
de rica jóia rara.
Esperta, não dá tempo
para a vítima pensar,
seu alto senso de oportunidade
denuncia inteligência.
Astuta,
em sua bela e convidativa boca
a mentira não é falsa,
tem o dom da convincente interpretação.
Traiçoeira,
não mede esforços
para atingir seus objetivos,
tendo a lealdade
como prenúncio de fraqueza.
Grande bruxa travestida de fada,
transmite a suavidade
das brisas femininas,
mas é destrutivo furacão.
Altiva, esmaga
com sua elevada auto-estima
todo aquele que supor-se
capaz de enfrentar sua deidade.
Angelical no seu exprimir
é quase satânica na sua ação.
Vive a servir tenros doces envenenados.
Vive a rir-se dos amantes tolos
e gulosos que se empanturram
das suas pervertidas guloseimas.
De refinado humor, vive
a divertir-se com
os protótipos masculinos
de conquistadores.
Manipula-os
como se estivesse
brincando com soldadinhos de chumbo,
é gata a caçar seus ratos.
Compartilha sonhos que nunca sonhou,
chora lágrimas com
seu coração vazio de dores.
Fria e calculista,
observa as vontades
e desejos de sua presa,
dissimula ser a musa dos seus ideais.
Porém,
seu altar será sempre o espelho.
O limite de sua bondade
será sempre o próprio umbigo.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 31/05/2009
Código do texto: T1624898
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