Vai um Cigarrinho?
Anos setenta, anos oitenta,
discoteca e cigarrinho.
Nicotina, fumaça e dancing days.
Quinze anos, dezoito anos, adolescência.
Colégio, cursinho, universidade,
juventude rebelde:
cigarro tá na moda!
Todo mundo com um pito na boca.
O bacana da novela de pito aceso,
o bacana do cinema de pito aceso,
a bela da tela soltando fumaça.
Propaganda de cigarro.
Fórmula 1, motos, surf...
"Hollyhood é o sucesso".
“Índio quer fazer fumaça”.
Fator de integração geral.
Cigarrinho e livro, cigarrinho e música,
cigarrinho e algumas biritas.
Cervejinha, cuba-libre, gim-tônica.
"Continental é mania nacional".
Tempos românticos e cigarrinho.
O "mundo de Malboro", a Mc Laren,
a Lótus preta JPS,
a horrível Lótus amarela Camel.
Cigarrinho fazendo mal!
O "raro prazer de Carlton" deixa doente.
A moda Light: "Galaxy - a decisão inteligente".
E depois o Free, "de bem com a vida".
Publicidade e cigarros, irmãos gêmeos.
Previdência pública, doenças do cigarro.
E cigarrinho do bem vira cigarrinho do mal.
Profissional formado, e cigarrinho de marca.
Roupinha arrumada, etiqueta, relógio TAL...
e cigarrinho no bolso completando o perfil.
Um cigarro, dois, três, um maço...
Pacote e cigarro no porta-luvas do carro.
Anos noventa, e os pulmões reclamam.
A bronquite avisa: cigarrinho fazendo mal.
Noites de insônia, cigarrinho para dormir.
Cigarro não deixando dormir: tosse, tosse!
Cadê o ar? Nem no nariz... nem na boca...
Cigarrinho já não é amigo.
Como ter angústia? Como pensar?
Como parar de fumar?
Prazer? Então, comprar a marca que odeia:
Amassar o maço. Comprar a que gosta:
Amassar o maço, ficar com dó do bolso.
Doar o maço a outro incauto.
Novo maço no bolso.
E, de repente, já está no chão da rua.
De amigo a inimigo.
E, de hora para outra,
propaganda não pode mais.
Cigarro e imposto, cigarro caro.
E se, antes, fator de integração,
agora, de rejeição:
fumante perseguido.
Não basta matar-se aos poucos,
ainda é perseguido.
Cigarrinho se foi!
Mas... que vontade que dá!!
Anos setenta, anos oitenta,
discoteca e cigarrinho.
Nicotina, fumaça e dancing days.
Quinze anos, dezoito anos, adolescência.
Colégio, cursinho, universidade,
juventude rebelde:
cigarro tá na moda!
Todo mundo com um pito na boca.
O bacana da novela de pito aceso,
o bacana do cinema de pito aceso,
a bela da tela soltando fumaça.
Propaganda de cigarro.
Fórmula 1, motos, surf...
"Hollyhood é o sucesso".
“Índio quer fazer fumaça”.
Fator de integração geral.
Cigarrinho e livro, cigarrinho e música,
cigarrinho e algumas biritas.
Cervejinha, cuba-libre, gim-tônica.
"Continental é mania nacional".
Tempos românticos e cigarrinho.
O "mundo de Malboro", a Mc Laren,
a Lótus preta JPS,
a horrível Lótus amarela Camel.
Cigarrinho fazendo mal!
O "raro prazer de Carlton" deixa doente.
A moda Light: "Galaxy - a decisão inteligente".
E depois o Free, "de bem com a vida".
Publicidade e cigarros, irmãos gêmeos.
Previdência pública, doenças do cigarro.
E cigarrinho do bem vira cigarrinho do mal.
Profissional formado, e cigarrinho de marca.
Roupinha arrumada, etiqueta, relógio TAL...
e cigarrinho no bolso completando o perfil.
Um cigarro, dois, três, um maço...
Pacote e cigarro no porta-luvas do carro.
Anos noventa, e os pulmões reclamam.
A bronquite avisa: cigarrinho fazendo mal.
Noites de insônia, cigarrinho para dormir.
Cigarro não deixando dormir: tosse, tosse!
Cadê o ar? Nem no nariz... nem na boca...
Cigarrinho já não é amigo.
Como ter angústia? Como pensar?
Como parar de fumar?
Prazer? Então, comprar a marca que odeia:
Amassar o maço. Comprar a que gosta:
Amassar o maço, ficar com dó do bolso.
Doar o maço a outro incauto.
Novo maço no bolso.
E, de repente, já está no chão da rua.
De amigo a inimigo.
E, de hora para outra,
propaganda não pode mais.
Cigarro e imposto, cigarro caro.
E se, antes, fator de integração,
agora, de rejeição:
fumante perseguido.
Não basta matar-se aos poucos,
ainda é perseguido.
Cigarrinho se foi!
Mas... que vontade que dá!!