A volta

Hora de ir embora.

No Real Brasil, é tudo uma beleza. Conforto, segurança e mordomia.

Mas bastou descer dele para pegar o ônibus da "vida real" e começar a saga de todo dia.

Quatro pistas para atravessar e uma calçada inteira correndo para o ônibus pegar.

Coletivo lotado, pessoal mal educado, sempre a empurrar.

Ferros altos demais para alcançar...

Meu Deus, como irei me segurar?

E o motorista a freiar!

Curvas para lá, curvas para cá

A gordinha funkeira não quer dar espaço para eu me escorar

O gordinho pagodeiro, com a amiga, não para de falar

E os dois a me imprensar!

Ponto final

alívio (quase) total

Anda, anda, anda

sobe escada, sobe escada

desce escada, desce escada

Passo pelo camelô de pessoas animadas

E atravesso mais três vias movimentadas

Cheguei.

O segurança, cumprimentei.

A porta, ja cansada, escancarei.

A subida da escada, lamentei.

O meu pai, abracei.

As bolsas, na cama deixei.

Um achocolatado, tomei.

No banho, me refresquei, cantei

E gritei após um pigarro: PRECISO DE UM CARRO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!