*** Olho Gordo***
Minha vara de pescar...
Fisga miúdas lembranças!
Que se tornam também graúdas...
Como o tempo na distância!
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Tudo depende do dia...
De haver ou não abastança
Na inspirada pescaria!
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Trazidas pela enxurrada...
Vem coisas muito engraçadas
Nesta rede de lembranças!
Exemplo de hoje... Este feito!
Surgindo através do nada
Uma figura gozada...
Vem tomar meu pensamento!
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Não cabia simpatia...
Naquele ser corpulento
De bigode amarelado!
Que num acesso de tosse...
Pigarreava de quando em vez!
Se por costume não fosse...
Era pelo fumo talvez!
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A fama grande que tinha...
De desejar o alheio...
Além de munheca de fuinha!
Matava de olho gordo...
De um modo danado e feio
O que pelo caminho vinha!
Se via de leite... Um tarro cheio!
No dia seguinte apoucava!
Secava até pimenteira!
Nem galinha choca escapava!
Pois se nela botasse o olho...
A ninhada de ovo gorava!
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Seu nome... Não deixo escrito!
Pois sem culpa... A parentalha
Não devem achar bonito
A o saberem que alguém...
Fisgou numa pescaria...
Esses feios feitos e ditos
Que de boca em boca expande!
Um seu parente... Quem diria?
Com fama de olho grande
E olhar de matar pinto!
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Comprovado e assinado...
Por quem viu perdas e delito!
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01/05/2009