MENINO BIRRENTO
Era Bertim menino birrento
Era igual ao irmão caçula de Ângela,
De Paula, de Faria, dos Limas
E de outros tantos que me lembro
Era Adalberto também caçula
Fugindo do banho em janeiro
Fevereiro e de março a dezembro
Menina Ângela, engenhosa tem
O mesmo gen da mãe carinhosa
Que com tanto desdém, zomba, ri
E se cala, reprisando na sala
A fita cassete gravada
Da birra manhosa de alguém
Se da Ângela, o irmão caçula
Coberto de birra ia ao banho em urros
Também este casmurro com medo estranho
Fugia do banho que a irmã mais velha
Pegando um sabugo começa a esfregar
No corpo franzino daquele menino
E a cascata de sujeira descendo em fio
Misturava-se às águas e sujava o rio.